sexta-feira, fevereiro 06, 2009

TESTE

Testando e talvez retornando a escrever as bobagens de sempre aqui neste Blog.

domingo, abril 02, 2006

A JUSTIÇA DO REI.

Era uma vez um reino que passava por uma crise grave de confiança em seu poder judiciário. Grande parte da população não acreditava na isenção de seus magistrados e tinha certeza que todos os julgamentos eram políticos e os culpados, se ricos ou nobres, nunca eram condenados.

Até que, num belo dia, um sapo vira príncipe e, por se dizer uma pessoa do povo, acaba sendo escolhido para governar o reino.

Dentre as muitas coisas que prometeu ao povo, antes de ser escolhido, uma parecia quase que divina. Ele prometia que iria acabar com a injustiça e que todos, mesmo os mais humildes, teriam direito a julgamentos justos. Que a justiça, a partir de seu reinado, não mais distinguiria entre ricos e pobres ou entre nobres e plebeus. Que aquele era "Um Reino de Todos".

Muita gente não acreditou nas promessas. Mas se expressavam sua descrença eram taxados de reacionários, de oposição raivosa e desqualificados publicamente. Mas a grande maioria do povão, aquele povo sempre injustiçado ou abandonado pelos antigos governantes, acreditava e confiava nas boas e honestas intenções do rei.

E, realmente, no início do reinado parecia que as coisas tinham mudado para melhor. Vários nobres falidos foram pegos em falcatruas atravez de operações cinematográficas promovidas pela polícia do rei. E, a cada nova operação, era dada a maior divulgação possível pelos arautos reais.

Claro que o rei tambem não ficava atraz e, sempre que possível, ecoava seu grito de guerra: "- Nunca antes na história deste reino tantos corruptos ou bandidos de nobre estirpe foram punidos ou investigados."

E o povo vibrava. De nada adiantava a argumentação dos poucos que alertavam que, apesar de justas, as punições e investigações estavam centradas apenas nos inimigos do rei. Que os amigos do rei nunca eram investigados devidamente.

Pobres almas. Eram desqualificados como pretendendo defender seus pares. E que estavam era com inveja pois ... "- Nunca antes na história deste reino tantos corruptos ou bandidos de nobre estirpe foram punidos ou investigados."

E a vida seguia calma e serena naquele reino até que, num belo dia, um nobre de alta estirpe estava dirigindo sua carruagem esporte conversível de 10 cavalos de potência, novinha em folha, em alta velocidade por uma estradinha rural. Numa curva mais fechada, o nobre de alta estirpe perde o controle de seu veículo e atropela dois pobres aldeões que estavam conversando no acostamento.

O impacto foi tão violento que um dos aldeões deu um giro no ar e caiu estabacado dentro da carruagem esporte conversível do nobre de alta estirpe. Já o outro pobre aldeão, pego em cheio, foi projetado a mais de 10 metros do local do acidente. Sua sorte foi ter caido no meio de um monte de feno, que amorteceu sua queda. O pobre aldeão ficou desacordado e coberto de feno. Por sorte, ou por bondade dos deuses, nenhum morreu nem se machucou gravemente.

O nobre de alta estirpe bem que tentou fugir mas o povo que a tudo assistia fechou sua rota de fuga clamando por justiça.

O nobre, em pânico, tentava argumentar:

- Mas sou um nobre de alta estirpe. Sou o marketeiro oficial do rei. Não atropelei estes aldeões de propósito, foi apenas um êrro. Todo mundo sabe que meu hobby é correr de carruagem pelas estradas do reino.

Ao que o povo retrucava:

- Queremos justiça. Nosso rei garante justiça para todos e punição mesmo para nobres de alta estirpe como o senhor. E o senhor estava andando em alta velocidade, pondo em risco a vida do povo.

- Não, não ... isso não é verdade - diz o nobre de alta estirpe - eu apenas estava dirigindo numa velocidade não contabilizada. Não posso ser culpado por estes aldeões estarem conversando exatamente no meu caminho.

Mas de nada adiantou sua argumentação. O nobre de alta estirpe foi forçado a esperar a chegada da polícia do rei.

Quando a polícia do rei chegou, o chefe da tropa imediatamente reconheceu o nobre de alta estirpe. Afinal aquele sim era um nobre da mais alta estirpe do reino. Mas, ao mesmo tempo, com o povo clamando por justiça, o jovem oficial foi assolado pela dúvida. Deveria ele fazer cumprir a justiça do rei e prender o nobre de alta estirpe? Ou deveria fingir que nada aconteceu?

Afinal era casado, ganhava relativamente bem, gostava do que fazia e emprego era uma coisa muito dificil naquelas épocas no reino. E, assim, resolveu consultar seu chefe maior, o vice rei da justiça, antes de tomar qualquer providência.

Enquanto esperava pela resposta foi tomando os depoimentos, retirando o aldeão ainda em choque que estava dentro da carruagem do nobre de alta estirpe. Depois de muito procurar acabou encontrando o outro aldeão ainda desacordado escondido pelo feno que amorteceu sua queda.

Algum tempo depois chega a resposta do vice rei da justiça. A mensagem dizia:

- Nosso mui amado rei diz que não irá tomar partido de ninguem. Que a decisão é toda sua. Mas alerta que também é sua toda a responsabilidade pelo que vier a acontecer. Se a sua decisão for a correta, você será louvado pelo rei. Mas se a sua decisão for a errada, toda a ira do rei recairá sobre a sua cabeça.

Depois de muito pensar, o jovem oficial da polícia de rei toma sua decisão. Preenche todos os relatórios necessários e encaminha o processo para a justiça do rei.

Claro que o nobre de alta estirpe não ficou preso. Afinal, alem de ser um nobre da mais alta estirpe, tinha residência fixa e nunca antes havia atropelado ninguem com esta sua carruagem esporte conversível de 10 cavalos. Dai que era réu primário e poderia responder ao processo em liberdade.

Algum tempo depois, o processo finalmente chega nas mãos de um dos juízes do rei para julgamento. O juiz analisa cuidadosamente o processo e fica preocupado. Sabe que o nobre de alta estirpe envolvido não é um nobre de alta estirpe qualquer. Também sabe que não pode simplesmente esquecer o processo pois o povo já esta comentando e começa todo um movimento para que a justiça do rei seja cumprida. Dai que o juiz resolve consultar o vice rei da justiça antes de tomar qualquer decisão. Afinal, ser juiz do rei era um dos melhores empregos do reino. O salário é excelente, alem de muitas mordomias.

A resposta não tardou e dizia:

- Nosso mui amado rei apenas repete o que já disse antes. Que não irá tomar partido de ninguem. Que a decisão é toda sua. Mas alerta que também é sua toda a responsabilidade pelo que vier a acontecer. Se a sua decisão for a correta, você será louvado pelo rei. Mas se a sua decisão for a errada, toda a ira do rei recairá sobre a sua cabeça.

Depois de muito pensar o juiz finalmente toma sua decisão. E, com toda a pompa e circunstancia que a gravidade do momento exige, ele proclama sua decisão:

- Alegrem-se todos pois a justiça do rei foi feita. Claro está que o nobre de alta estirpe extrapolou de seus direitos de dirigir em velocidades não contabilizadas. E, claro está que errou, envolvendo-se em um acidente de percurso. Por esta razão deverá ser severamente punido. Dai que será condenado, em carater definitivo e irrevogável a nunca mais em sua vida dirigir carruagens esporte conversíveis de 10 cavalos naquela estrada específica. A justiça do rei é severa.

- Do mesmo modo, a justiça do rei considera que os dois aldeões envolvidos no acidente estavam onde estavam por sua livre e espontânea vontade, mesmo sabendo que, pelo fato de estarem onde estavam, estariam sujeitos a possibilidade de acidentes. Dai que intrinsicamente aceitaram os riscos inerentes ao local. Por esta razão não fazem juz a nenhum tipo de reparação por dano real ou presumível. A justiça do rei é sábia.

- Mas, como imediatamente após o acidente, um dos envolvidos adentrou de forma intempestiva no veículo que supostamente teria causado o acidente e sem ter sido convidado por seu dono, caracterizando invasão violenta de propriedade privada, condeno-o a pena de 3 anos de trabalhos forçados. A justiça do rei é implacável.

- Da mesma forma, imediatamente após o acidente o outro envolvido afastou-se rapidamente do local escondendo-se em um monte de feno, caracterizando fuga do local do crime e obstrução da justiça do rei, razão pela qual é condenado a pena de 5 anos de trabalhos forçados. A justiça do rei é honesta.

E todos se alegraram e festejaram pois finalmente, naquele reino, a justiça do rei era para todos, pobres ou ricos, nobres ou plebeus. E louvaram a grandeza do rei que, como magistrado maior, não interferiu no julgamento de um nobre de alta estirpe pois, afinal, a justiça do rei é imparcial.

MORAL DA HISTÓRIA: "Moral? O que é isso mesmo?"

sábado, abril 01, 2006

CURTAS.

Nossa amiga Vera sugere e endossa a Campanha pelo Voto Seguro.

Realmente, quando paramos para pensar, verificamos a extrema fragilidade do voto eletrônico sem registro impresso. Na situação atual, é necessário um alto grau de confiança nas "Instituições", coisa que elas não estão merecendo.

Dai que, pegando carona na sugestão da amiga, também apoiarei esta Campanha.

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Vocês já perceberam que um monte de gente que estava no limbo voltou a aparecer na mídia pegando carona na "onda Francenildo"?

Reparem que estas pessoas, como por exemplo os Busatos e Reales da vida, seguem as ondas da mídia, aparecem, falam e juram que irão fazer e depois ....... simplesmente somem.

Quando cobrados por suas posições assumidas justificam com os mais variados argumentos, pricipalmente culpando outros, a situação, o clima político enfim tudo menos a falta de ação prática deles mesmo.

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Muita gente tem criticado o relatório da CPMI dos Correios. Que a "turma do mal" iria criticar de qualquer maneira não é surpresa. Mas a "turma do bem" criticar porque não foi explicitado que o Lulla foi omisso já é demais. Não seria pelo fato da omissão ser declarada no relatório que ficaria mais fácil levar adiante um processo de impedimento.

Se houvesse uma real vontade política de impedir o Lulla, as "oposições" já teriam agido desde o início do processo. Razões legais já existem a muito tempo. Só que o problema nunca foi a justificativa legal. O problema é a falta de clima político para o processo de impedimento. Por clima político leia-se povo na rua exigindo a saida delle.

Sem clamor popular não existe chance de se tirar, mesmo pela justiça, um presidente legalmente eleito e que conta com cerca de 40% das intenções de voto para as próximas eleições. Por mais bandido que elle seja, e tenho certeza que é, os números falam por si.

Junte-se a isso um Congresso sem moral que nem consegue cassar deputados comprovadamente envolvidos em crimes e tudo vira um lindo sonho de uma noite de verão.

sexta-feira, março 31, 2006

HERÓIS E BANDIDOS

As vezes chego a acreditar que tudo o que está acontecendo no Brasil envolvendo o governo, o PT e o Lulla é realmente uma grande armação das elites neoliberais, das direitas raivosas e das oposições invejosas, além da CIA, do FBI e do Chuck Norris é claro.

Convenhamos que é incompetência demais, mesmo em se tratando do PT e cia. Sinceramente não consigo acreditar que mesmo o PT e seus asseclas tenham competência para serem tão incompetentes assim. É muita coisa. É bobeira atraz de bobeira. É muita burrice mesmo para os padrões desta turma.

Só pode ser armação de alguem mesmo pois, pelas minhas contas, a cota de burrice desta turma já está no vermelho a muito tempo. E, além da burrice, Lulla, PT e cia estão com um baita azar. Deve ser karma mal resolvido das vidas pregressas.

Mesmo quando um fato pode ser contestado numa boa, com argumentos racionais que irão minimizar os danos prováveis, os ptistas metem os pés pelas mãos e, com a sutileza de um mamute num jardim, conseguem comprovar aquilo que negam. O caso do caseiro é típico. Poderia ser minimizado numa boa se elles tivessem um pouco mais de imaginação e menos truculência.

Vamos aos fatos.

Quando, depois do inferno astral desencadeado pela crise do mensalão, o Lulla começava a se recuperar e abrir vantagem sobre seus concorrentes. Quando os oposicionistas pareciam mais desanimados do que nunca pela escolha de Alkmin e não do Serra. Quando, enfim, as esperanças estavam se esvaindo eis que surge o Super Nildo, o "simples caseiro" que irá mudar os rumos do país, renovar as esperanças no futuro, aglutinar as forças que lutam contra as trevas e, se der tempo, acabar com a seca do nordeste.

Super Nildo, o mais recente herói brasileiro, é gente como a gente. Nascido de pai desconhecido e criado com grandes dificuldades pela mãe, uma simples doméstica. Antes de conhecer seus super poderes levava uma vida pacata e anônima, trabalhando como caseiro em uma mansão como tantas de Brasília.

Gente como a gente, Super Nildo, por não ter uma educação formal muito boa, não lia jornais, não ouvia noticiário nas rádios e muito menos assistia televisão. Internet, Blogs e correlatos então nem pensar.

Super Nildo as vezes conversava com o jardineiro que trabalhava em uma mansão vizinha, onde morava um senador da república. Super Nildo até que considerava este "simples jardineiro" como seu amigo. Conversavam sobre vários assuntos, deste futebol até os problemas do aquecimento global causado pelo efeito estufa, da guerra no Iraque e da política externa de Bush. Felizmente nunca falavam de política, do Lulla, escândalos, mensalão, compra e venda de deputados, enfim, destes assuntos sujos que ninguem gosta de discutir.

Dai que Super Nildo nunca soube que determinadas figuras do submundo tinham alugado, no passado, a mansão onde trabalhava e a utilizavam como ponto de encontro para negócios escusos e orgias com garotas de programa. E mais, que o próprio chefe da quadrilha frequentava a mansão.

Para nosso herói, gente como a gente, fatos como o de todas as despesas serem pagas em dinheiro vivo, de malas de dinheiro circularem pela mansão, de envelopes com dinheiro serem entregues para um alto funcionário de um ministério, das festas regadas a champanhe importada, mulheres e viagra não despertavam, jamais, maiores desconfianças. Afinal são coisas absolutamente normais que qualquer pessoa normal faz.

Como nosso herói poderia imaginar que o próprio chefe da quadrilha, aquele senhor simpático e educado, que mais parecia um gerente de funerária do que um bandido, e que era tão tímido que pedia para apagar as luzes e desligar as camaras de vídeo quando chegava, enfim, aquele senhor com uma aparência absolutamente anônima que havia comparecido na mansão umas 10 ou 20 vezes seria o bandido cuja foto aparecia quase que diariamente em jornais e na televisão?

Afinal o fato dele ser chamado de "Chefe" não tinha nada demais pois poderia ser uma forma carinhosa de tratamento. Ou, quem sabe, seu sobrenome.

E nosso herói jamais poderia deduzir que os locatários da mansão tinham desistido de usá-la quando um dos membros da quadrilha foi filmado estorquindo dinheiro de um empresário de bingos. Afinal o episódio praticamente não teve divulgação e quase ninguem sabia mesmo.

O tempo foi passando e nosso herói, gente como a gente, levava sua vidinha pacata, pouco ouvindo ou sabendo dos escândalos envolvendo os ex-frequentadores da mansão onde trabalhava. Afinal, nem tiveram tanto destaque assim não é? Como nosso herói poderia saber que um dos frequentadores, aquele que era apaixonado por uma das meninas que também era a preferida do "Chefe", havia sido preso e estava denunciando os esquemas do "Chefe"? Como nosso herói poderia saber que outro ex-frequentador estava sendo acusado num lance de levar dólares escondidos em caixas de bebidas? Como poderia saber que o próprio "Chefe" negava veementemente ter frequentado aquela mansão e jamais ter mantido qualquer tipo de relacionamento com seus ex-comparsas? Afinal quase ninguém sabia mesmo destas coisas.

Até que, num belo dia, nosso herói gente como a gente, fica sabendo que seu nome foi falado numa certa CPI que estava acontecendo e ele nem sabia. Claro que ele pensou que não era dele que estavam falando. Afinal existem milhares de Francenildos ou Nildos trabalhando como caseiros em mansões de Brasília.

Mas eis que seu destino de super-herói já estava escrito nas estrelas. Alguns dias depois de terem falado deste tal de caseiro que tinha um nome igual ao seu, alguns indivíduos que se identificaram como sendo da Polícia Federal apareceram, vindos do nada, e perguntaram se ele era ele. Claro que nosso herói respondeu que ele não era ele e que ele tinha se mudado e não morava mais lá onde ele morava. Claro que estes supostos policiais acreditaram que ele não era ele e que ele não morava mais lá e foram embora sem maiores considerações.

Mas este fato, banal na vida de qualquer cidadão brasileiro, tocou em algum centro nervoso de seu cérebro. E nosso herói viu a luz. Lentamente as peças deste enorme quebra-cabeças cósmico começaram a se encaixar e a fazer sentido para este "simples caseiro", gente como a gente. E ele percebeu que tinha sido usado pelas forças do mal.

E nosso herói viu, com total clareza, que seu destino era, a partir daquele momento, lutar com todas as suas forças contra o mal que assolava seu amado país. Surgia ai, nesse glorioso instante, Super Nildo, o defensor da verdade. O Davi que irá lutar e derrotar o Golias do mal. O "simples caseiro" que irá mudar os destinos da brava e sofrida nação brasileira.

Passando a ação, nosso bravo e impoluto caseiro, exemplo de vida e gente como a gente, procura um amigo que conhece um amigo que conhece um senador. Não o senador que mora na mansão vizinha àquela onde trabalhava, mas outro. Afinal para que complicar o fácil?

Nosso bravo caseiro conta toda a sua história de lutas para este nobre representante do povo que, sentindo-se incapaz de ajudar mais efetivamente nosso herói, decide apresentá-lo para uma repórter de um jornal de circulação nacional que estava disponível.

Esta brava representante da mídia brasileira, mídia esta que sempre lutou em prol do povo e jamais se submeteu a pressões políticas ou financeiras, sensibilizada pelo que ouviu resolve ajudar nosso herói publicando os fatos relatados. Isto não deveria surpreender ninguém pois é o procedimento normal da imprensa brasileira, sempre a favor da verdade doa a quem doer.

E nosso bravo caseiro, gente como a gente, viu-se no olho do furacão. Elogiado por muitos, odiado por outros, nosso herói esteve entre o céu e o inferno.

Quase chorou quando uma nobre senadora, que prima por sua delicadeza e sensibilidade, e que odeia aparecer, destacou que ele, Nildo, o "simples caseiro", era um exemplo para seus filhos. Sim, a mesma nobre senadora, defensora incansável da moral pública, e que já sabia das mentiras do "Chefe". Até já tinha denunciado os fatos, só que com tal clareza que ofuscou a nós, meros mortais, que esquecemos que o "Chefe" adora torta de camarão e seu perfume preferido é o Obsession. Como foi que esquecemos estes fatos tão óbvios?

Mas também sentiu toda a força do mal lançada contra si. Teve sua vida pessoal exposta ao povo. Seu sigilo bancário foi quebrado de forma ilegal. Ainda bem que ele, gente como a gente, estava tranquilo com o saldo em dinheiro na sua conta pois, afinal, o que tem demais trocar por dinheiro uma simples demanda judicial para ser reconhecido como filho? É um fato absolutamente normal na vida de qualquer um.

Mas, apesar de tudo, nosso herói perserverou. E lutou bravamente, garantindo que manteria suas afirmações até morrer. E mais e mais pessoas passaram a se posicionar a seu favor apenas para ajudá-lo nesta luta inglória sem jamais pensar em razões mesquinhas como aparecer para o povo pensando nas eleições que estavam próximas.

E nosso herói, gente como a gente, venceu. Repetindo a lenda, Davi derrotou Golias. Bem, na verdade o Golias de hoje ficou apavorado e acabou se suicidando mas isso não interessa. O que interessa é o impacto da comparação. Afinal é uma lenda bíblica.

A verdade é mais forte do que a mentira, afirmou nosso, e agora sábio, "simples caseiro".

E, de "simples caseiro", nosso herói agora é um símbolo da honestidade e exemplo para as gerações futuras por nunca ter compactuado e por ter denunciado, de imediato, todas as falcatruas que presenciou.

Agora que as coisas começam a ficar mais tranquilas, nosso mais novo herói faz planos para seu futuro. Está cogitando em posar para a G Magazine, talvez vender os direitos autorais para a Globo transformar sua história de vida em uma minisérie, talvez concorrer a algum cargo eletivo por algum partido "sério e honesto" ou, talvez, fazer como aquele outro brasileiro, gente como a gente, que colaborou para derrubar um presidente dito corrupto e, depois, passou a trabalhar no governo e nunca mais opinou em nada para não perder seu emprego.

Afinal, nada mais nobre do que ser "honesto" sem esperar nada em troca.

Por estas e por outras é que o Brasil ainda dá certo. Mesmo com estes heróis vagabundos que tentam nos impingir acabamos ganhando pois os bandidos são mais vagabundos ainda e colaboram intensamente para a sua própria derrota.

quinta-feira, março 30, 2006

DE VOLTA.

Antes de mais nada, os meus mais sinceros agradecimentos a todos que, mesmo sem nada de novo no Blog, continuaram acessando e, princípalmente, dando força para que ele continuasse vivo. Confesso que foi isto que me impediu de deletar tudo, não por arrependimento de ter escrito mas por achar que não era bem esta a minha linha de ação quando comecei a escrever.

Como escrevi no primeiro post, este não é um Blog político apesar de tambem poder abordar temas políticos. Mas, na atual situação Brasileira, é impossivel não sentir uma vontade irresistível de apenas abordar política. E, por incrível que possa parecer, eu detesto política. Considero a política e os políticos como um mal necessário para uma vida socialmente organizada. Em política voce nunca escolhe o melhor mas sim o menos ruim para a ocasião.

Dai que resolvi dar uma parada pois senti que estava dando um valor excessivo a um único tema e, o que achei pior, estava me dando mais importancia como analista político do que a que realmente tenho. Estava me sentindo um "Formador de Opiniões", coisa que desprezo. A intenção sempre foi a de apenas opinar, não de formar a opinião de ninguem, o que aliás, nem existe.

Mas tudo foi em vão. Infelizmente já estou viciado na "droga do bloguismo" seja lá o que for isso. Confesso que estava numa "crise de abstinência" por não estar escrevendo e postando jóias literárias (de minha criação, é claro), neste espaço tão disponível e que parece meu (apesar de nem saber onde esta hospedado) e, supremo prazer, ter pessoas super inteligentes, gentis e dispostas a ler e comentar o que eu escrevo. Impossivel ressistir a isso.

Dai que estamos de volta após uma luta perdida contra este vício. E seja o que Deus quizer.

domingo, dezembro 25, 2005

EXPECTATIVAS.

Agora que o Natal já passou, e com ele um certo grau de tolerância para com o mundo, é chegada a hora de voltar a pensar no futuro, tanto mais que 2006 já está quase chegando.

Este ano de 2005 foi especialmente frustante para o povo brasileiro. O que seria esperança virou mêdo. E a Regina Duarte era quem estava certa.

Mais do que ser de direita ou de esquerda, sou BRASILEIRO e quero um Brasil melhor. Dai que, apesar de nunca ter sido favorável ao Lulla, e de ter feito o possível e o impossível para convencer amigos e parentes a não votar nelle, confesso que cheguei a torcer para que elle conseguisse realizar um bom governo que levasse o Brasil para um ciclo de crescimento econômico e de justiça social. O Brasil bem que precisa disso, e não é de agora.

E, mais uma vez, fui enganado. Não porque tenha votado nelle. Nem por acreditar que elle defendia as melhores propostas. Mas por ter torcido e até acreditado que suas intenções eram boas.

E não foi a primeira vez. Já tinha acontecido quando o Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro, pela primeira vez, e eu achei que ele faria um bom governo até para provar que as esquerdas poderiam fazer mais do que os governos militares fizeram pelo povo. E, nesta época, eu ainda morava na cidade. Só sai do Rio em 1990, transferido pela empresa em que trabalhava. Deu para acompanhar bem a destruição da cidade promovida pelas "políticas sociais" do Brizola. Outro dia darei alguns exemplos disto.

Tudo isso me leva a 2006. Teremos eleições gerais. Elegeremos um "novo" presidente. Novos governadores, deputados federais, estaduais e senadores. Um bando de políticos para nos "representar".

Mas e dai? O que vai mudar no Brasil depois desta nova eleição? Será uma nova frustação?

Pior que, quase certamente, não vai mudar nada. A frustação é quase certa novamente, não importando quem seja eleito.

Lulla, na minha opinião, nem vai concorrer. E, se concorrer, vai perder. O problema nem e elle mas o que vem depois delle.

Pelo que está apresentado até agora, o futuro presidente será do PSDB. Serra ou Alkmin? Tanto faz. A ideologia não muda. Tenham em mente que as origens do PT e do PSDB não são muito diferentes. No fundo defendem a mesma bandeira. Seus métodos é que podem ser diferentes mas não o resultado final almejado. O PSDB é um PT chic e o PT é um PSDB bandido.

Quem tirou Hugo Chàvez da enrrascada quando a Venezuela estava em crise pela greve geral que já durava alguns meses? Foi FHC quando autorizou que a Petrobras enviasse combustíveis, principalmente gasolina, furando assim o esquema de pressão a que Chàvez estava sendo submetido.

De quem é a política econômica do PT? Do PSDB como todos sabem. E os Programas Sociais? Por mais que Lulla diga que não, são os mesmos do governo anterior apenas unificados, ampliados e com um novo nome. E, também, tão ineficientes como aqueles eram.

Até a Política Externa é a mesma. Quem começou esta idéia de Comunidade Sul Americana de Nações foi FHC quando convocou a primeira reunião de cúpula dos presidentes sul americanos, já em seu segundo mandato. Lulla apenas deu seguimento.

Dai que não devemos ter grandes espectativas para 2006. Estaremos elegendo, espero, alguem menos ruim que o atual presidente. Mas não alguém que realmente mude o Brasil.

Para 2006 teremos que nos contentar, apenas, em tirar o PT do governo e reduzir sua representação nas Câmaras Estaduais, Federal, Governos Estaduais e no Senado.

Mudar o Brasil mesmo, vai ter que ficar para depois. Será um trabalho árduo e demorado. Mas é um trabalho que teremos de fazer para legar um Brasil melhor, talvez para nossos filhos, com certeza para nossos netos.

domingo, dezembro 18, 2005

O QUE PRETENDE LULA?

Em seu recente discurso, em Pernambuco, o presidente aumentou o tom das críticas a imprensa e as oposições. E, mais uma vez, afirmou que ainda não se decidiu sobre sua candidatura à reeleição.

Este discurso, na minha opinião, deve ser lido e entendido dentro do contexto definido pelas últimas pesquisas de opinião, que mostram a confirmação da queda da popularidade do presidente, o aumento daqueles que não confiam nele, e indicadores fortes de que, na atual situação, ele perderia a reeleição. E, mais ainda, refletem a insatisfação do povo com as políticas adotadas pelo governo, nas mais diferentes áreas, inclusive na economia e combate a inflação, tidas como as grandes realizações do governo.

Estes dados, apesar de esperados, devem ter tido um efeito devastador na auto estima do presidente. Ainda mais para um presidente que se acha superior a todos os que já passaram pelo cargo. E, a cada pesquisa que surge, ele vê se confirmar a tendência de uma queda inexorável de seu prestígio junto ao povo. Assim, todos os seus sonhos de 25 anos estão virando pó na sua frente.

Dai que, de alguma forma, ele tem que reagir nem que seja para tentar preservar alguma coisa da sua imagem. Afinal, como conviver com o depois?

E ele só tem duas alternativas viáveis:

- Continuar e ser reeleito, que seria o recado que mandou de que, se concorer, será para ganhar.

- Não ser candidato, que é o que ele vem repetindo de uns tempos para cá.

Para ele a primeira alternativa seria a ideal mas está cada vez mais difícil. Claro que ele vai tentar e utilizar todos os seus recursos, lícitos ou não, éticos ou não. Aumento de gastos públicos, aumento no salário mínimo, aumentos para o funcionalismo público, mais contratações de pessoal e por ai vai. Estas ações já estão desenhadas para 2006 mas não são garantia de vitória. E ele precisa desta garantia pois afinal a menos de 1 ano era considerado imbatível na reeleição. E, se ele se julga superior a todos, teria que ganhar a reeleição em primeiro turno, como o fez Fernando Henrique. Menos do que isso seria uma derrota.

E, perdendo a eleição, ele acaba politicamente para sempre. É o pior dos pesadelos para quem se acha o melhor de todos os tempos, ainda mais não sendo tão velho que possa justificar sua retirada de cena pela idade. Dai que ele só vai concorrer se tiver reais chances de vitória.

A segunda alternativa pode não ser a melhor mas, dependendo de como for conduzida, pode ser muito útil. Se ele puder justificar não concorrer a reeleição com algo suficientemente forte, ele estará ganhando no médio/longo prazo. Ele se poupa de uma derrota nas urnas, volta a ser o antigo Lula oposicionista que aposta no fracasso dos outros para promover seu sucesso e, quem sabe, viabiliza tentar de novo a presidência no futuro.

É esta justificativa que ele procura quando radicaliza seu discurso. A partir de uma situação de confronto grave, que ameace a estabilidade ou agrave ainda mais as críticas que recebe da mídia ou das oposições, ele pode alegar que está se retirando da disputa em benefício do Brasil, ou porque foi uma vítima das elites conservadoras que inviabilizaram seu governo, ou por outras diferentes razões associadas que podem ser inventadas.

Ele precisa, para sair da disputa, uma razão suficientemente plausível que preserve sua biografia, a sua história, pois é só isso que ele tem.

Eu acredito mais nesta segunda alternativa.
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